A nova oferta da Pfizer pela compra da AstraZeneca por 100 bilhões de dólares pode fortalecer o caráter de tendência que as fusões e aquisições no segmento químico-farmacêutico vem instituindo. Anteriormente, a GlaxoSmithKline e a Novartis estiveram no centro das atenções do mercado financeiro do setor, ao trocar mais de 20 bilhões de dólares ativos numa série de operações dedicadas ao tratamento de câncer e à produção de vacinas.
A soma de portfólios e a divisão de custos com pesquisa e desenvolvimento estão entre as principais razões motivadoras de um movimento crescente de fusões na indústria farmacêutica. A associação ou aquisição de laboratórios dedicados a diferentes campos de atuação é uma medida de agilidade para grandes multinacionais do setor ingressarem em mercados onde ainda não puderam chegar. Além disso, as fusões de laboratórios geram a diminuição dos custos de desenvolvimento interno de produtos que já pertencem ao catálogo da empresa adquirida. A oncologia é a categoria que mais se destaca na busca pela complementação de portfólios, em função da alta complexidade das pesquisas requeridas.
No Brasil, no início dos anos 2000, a expansão do mercado dos medicamentos similares e genéricos impulsionou a compra de empresas por laboratórios multinacionais. No entanto, foi em meados da década de 80 que este movimento começou a ganhar força a fim de aumentar a rentabilidade e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento da indústria farmacêutica. No intervalo de uma década (1988-1998), aconteceram 12 fusões no setor, envolvendo 30 empresas nacionais e multinacionais de cinco países: Estados Unidos, Alemanha, França, Brasil e Suíça.
A tendência se revigora neste momento, conforme indica pesquisa realizada pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os laboratórios farmacêuticos constituem um mercado de alto valor e que ainda se encontra segmentado, de modo que há espaço para concentrações. Deste modo, é natural que a quantidade de empresas do setor diminua à medida em que crescem em tamanho e domínio de mercado. Além disso, existe uma movimentação de empresas norteamericanas buscarem aquisições no exterior para proteger lucros obtidos com impostos nos Estados Unidos.
Se for efetivada, a compra da AstraZeneca pela Pfizer pode concretizar um dos maiores acordos no setor.
Processos de fusões e aquisições, porém, são momentos delicados de transição. Embora visem uma melhora no desempenho da nova marca diante de um mercado, a condução interna dos processos pode ser decisiva para o êxito ou o fracasso da operação. Aproximações entre duas empresas implicam em associações de cultura, estilos de gestão, reestudos de organograma e uma inevitável sensação de insegurança por parte da maioria dos colaboradores em função do estágio de mudança.
Num cenário onde somas significativas estão envolvidas, qualquer risco deve ser calculado e evitado. Uma Análise de Rede Organizacional com vistas ao processo de Fusão e Aquisição é fundamental para um processo seguro e estável. Saiba como a Tree Intelligence pode ajudá-lo com isso.