O que define um grande líder é algo que todos já procuraram saber em algum dado momento. Mas se você tem um negócio, a busca por essa resposta é mais que mera especulação; ela pode definir seu resultado financeiro.
Há dois pontos-de-vista aparentemente opostos sobre como abordar a liderança. De um lado, você pode estar focado em resultados. Assim como um técnico de futebol ou sargento militar, você pode intimidar e direcionar seus funcionários ao sucesso, mantendo-os focados em conquistar seus objetivos individuais. A outra alternativa é focar nos funcionários e nos relacionamentos que eles mantêm uns com os outros. Concentrar-se no que os motiva, minimizar o que os distrai, e acreditar que os resultados virão naturalmente.
Entretanto, esta escolha é falha; para ser um líder de sucesso você tem que focar nas duas coisas. Um estudo recente publicado no Harvard Business Review mostra que líderes focados em resultados foram considerados líderes fortes por 14% dos pesquisados. Líderes focados em habilidades sociais foram considerados fortes por 12% dos pesquisados. Porém, líderes que atingiram um equilíbrio e focaram em ambos os pontos foram considerados líderes fortespor 72% dos pesquisados.
O equilíbrio entre resultados e pessoas não precisa ser 50-50 necessariamente, nem deve ser o mesmo em todas as situações. Para encontrar o equilíbrio necessário, é preciso entender como as pessoas interagem socialmente.
Redes Sociais
O conceito de “rede social” é fortemente associado à “mídia social”. Quando as pessoas ouvem “redes sociais”, elas pensam em Facebook ou Twitter. Mas a idéia de redes sociais é muito mais poderosa.* Matthew D. Lieberman descreve em seu livro “Social: Por que nossos cérebros estão programados para se conectar”, que nossa necessidade de construir conexões com outras pessoas é o que determina quem somos e como respondemos às situações. Para nos definirmos, utilizamos como base as conexões que temos com aqueles que estão à nossa volta, nossa rede social.
Já do ponto de vista antropológico, o desenvolvimento de redes sociais pela humanidade antecede, em pelo menos dois milhões de anos, os fenômenos cyberculturais das mídias sociais, pois nosso gênero é definido justamente pela sua capacidade de estabelecer grandes redes sociais entre indivíduos distantemente aparentados ou mesmo desconhecidos entre si. Essa formidável capacidade cooperativa — que as mídias sociais apenas potencializam — nos diferencia do comportamento cooperativo de outras espécies sociais.
Logo, as redes sociais são uma condição sine qua non da nossa espécie, que transcendem os canais nos quais elas se desenvolvem; neste caso, a comunidade social – seja ela uma tribo neolítica caçadora-coletora ou uma organização de negócios em plena era de inter-conectividade.
Se os líderes quiserem alcançar o sucesso, precisam ser estudantes de redes sociais. Eles precisam aprender como interpretar as dinâmicas destas interações e entender como podem trazer o melhor de cada pessoa. Também precisam aprender como prevenir interações que trazem o pior de cada uma delas.
Análise de Redes Organizacionais
A melhor maneira de se tornar um estudante de rede social é realizar uma análise de rede organizacional. Conforme discutido no livro de Rob Cross e Andrew Parker, “The Hidden Power of Social Network” (O Poder Secreto da Rede Social), as análises de rede podem ilustrar como funcionários se comunicam e trabalham juntos efetivamente. A análise de rede organizacional é um exercício de mapeamento visual das conexões entre pessoas, áreas e organizações, e de descobrir seus padrões de relacionamento, com apoio de um novo tipo de indicador de desempenho (Key Performance Indicator – KPI). Como resultado, os líderes podem literalmente ver em que ponto a rede social do seu negócio está falhando e o que pode ser feito para reverter isso. Isto permite aos líderes aperfeiçoar a conexão com seus funcionários e permitir que os mesmos atinjam os resultados que desejam.