Não importa o segmento de negócio ou a parte do mundo: processos de fusão e aquisição (F&A) sempre são momentos críticos de estresse dentro de uma empresa. Ainda que os organogramas e a comunicação dos novos drivers estratégicos da organização estejam bastante claros, a sinergia das redes informais de trabalho pode demorar muito mais dos que os 100 primeiros dias-chave da integração, impactando negativamente na criação de sinergias esperadas.
O que são redes informais de trabalho e qual a sua importância nas F&A?
Organizações de grande porte tendem a ser mais variadas na composição de seus quadros de funcionários e trazem um cenário cultural de distintos matizes. Profissionais com formação em diferentes áreas estabelecem fluxos de comunicação de forma paralela (e às vezes contraposta) ao que mostram os organogramas formais. São redes de colaboração, energia e inovação que se criam de forma orgânica, dando o verdadeiro pulso de uma organização. Empresas são atividades essencialmente de relacionamento humano e daí surge a necessidade de se observar a integração de negócios em sinergia com essas redes.
Nutridas pelo que foi popularizado no Brasil como “rádio peão”, além de outros fatores, as redes informais determinam o sucesso ou fracasso tático de uma empresa, além do planejamento estratégico. É no instante da “descompressão” do trabalho que se estabelecem laços de confiança, lideranças por empatia. É aí onde se cria um fluxo de informação naturalmente viralizante e mobilizador das organizações vencedoras. Com isso, é possível ter uma ideia do quanto essas redes interferem – positiva e negativamente – nas rotinas de trabalho e, consequentemente, nos resultados de uma organização.
É claro que essas redes informais não se sobrepõem nem substituem as relações hierárquicas formais, definidas nos organogramas. Os grupos por afinidade e necessidades do dia a dia se formam paralelamente a departamentos e setores. E uma empresa contemporânea, ciente das infinitas possibilidades que a interconectividade digital traz, já não pode ignorar esse cenário ao qual se soma a porosidade dos limites internos e externos, além da multifuncionalidade de seus colaboradores.
Redes Informais em Processos de F&A
Agora pense a influência que as redes informais podem ter num processo de fusão e aquisição. Consideradas parte fundamental da nova organização que se desenha, essas redes servem como parâmetro inicial para a consolidação de um organograma que dialogue com o cenário vigente entre o grupo, pois é justamente aí onde se cria a sinergia esperada pelos acionistas. No entanto, boa parte das empresas continuam planejando fuões de maneira estritamente formal, sob o modelo de “comando e controle” do século passado sem considerar a integração do que dará vida à nova organização: as suas redes de trabalho. O resultado geralmente é um processo traumático: funcionários temerosos pelo futuro incerto, sem a disposição necessária para dedicar-se ao sucesso do processo de integração. No fim das contas o prejuízo maior é da nova empresa, que justamente no instante em que mais precisa da força do conjunto de colaboradores, enxerga seu quadro fragmentado e o choque cultural dando origem ao jogo de egos, à disputa de poder e à falta de ânimo generalizada.
Antes de tudo: tenha paciência. A velocidade com que redes humanas se integram pode ser muito mais lenta do que o esperado e até mesmo pode nunca acontecer. Estabelecer regras e limitar a comunicação pode atrapalhar ainda mais o processo, pois as redes de trabalho preexistentes tendem a se manter após a F&A. No entanto, essas e outras variáveis podem ter seus efeitos estimados e até mesmo gerenciados quando é feito um mapeamento de redes informais prévio à fusão.
A metodologia usada pela Tree Intelligence propõe uma análise desses fluxos comunicacionais antes e outra depois da fusão entre empresas, estabelecendo um plano de gestão das redes humanas de trabalho que diminui os riscos e aumenta as chances de criação de sinergia. Isso torna possível diagnosticar as peculiaridades de relacionamento entre colegas de diferentes setores, identificar lideranças informais e então monitorar a evolução da nova rede que se criará a partir da fusão.
Esses líderes informais são atores-chave em qualquer momento decisivo das organizações. Eles atuam como facilitadores de processos de integração, multiplicadores da identidade da empresa, criadores de ponte entre setores que precisam atuar em parceria, ou seja, são os principais agentes que promovem a verdadeira integração cultural, aquela que acontece por trás dos organogramas formais, mas também pode inspirá-los.
O conhecimento prévio das redes informais de uma empresa possibilita que o redesign tradicional de espaço físico, da missão, dos valores e sobretudo das relações de hierarquia estejam de acordo com o que realmente ditará o pulso dessa organização no futuro. Obviamente, isso depende da cultura que a empresa objetiva alcançar após a integração, se mais flexível, mais horizontal, mas sempre em rede. Antes disso, porém, o maior desafio é que a integração de fato aconteça. Se for dada a mesma importância à aproximação entre redes informais do que à formalização de novas lideranças e estilos de gestão, a probabilidade é que o processo de fusão tenha muito mais êxito num tempo bem mais curto do que o normal.
Redes formais e informais são duas caras da mesma moeda e, através do mapeamento de ambas, uma calibra a outra na direção de objetivos comuns: a criação de sinergias e o sucesso da nova organização.
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